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Em mais de 20 anos de mercado livre de energia, Paraná tem quase 1.600 empresas adeptas ao modelo

Modalidade permite que médias e grandes empresas negociem compra de energia e gerem economia de até 30%, segundo cálculos do setor. No Brasil, mais 9.000 CNPJs estão ativos no mercado livre.

Modalidade permite que médias e grandes empresas negociem compra de energia e gerem economia de até 30%, segundo cálculos do setor. No Brasil, mais 9.000 CNPJs estão ativos no mercado livre.

Desde que o setor elétrico brasileiro passou a contar com a modalidade do mercado livre de energia, há 26 anos, mais de 1.570 empresas o Paraná aderiram ao modelo. Atualmente, são mais de 9 mil pessoas jurídicas inseridas no setor.

Os números são da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), órgão responsável pelo processo de adesão a este mercado no país.

O mercado livre de energia permite, a médias e grandes empresas, a contratação direta com geradoras ou comercializadoras de energia, de pacotes mensais pré-estipulados com base no consumo médio que as empresas possuem.

A economia, pela média de mercado, varia entre 20% e 30% nas despesas totais com energia elétrica.

Do total de empresas aptas a entrarem hoje neste segmento no estado, mais de 70% realizaram a migração, segundo dados da CCEE.

Ainda de acordo com levantamento da câmara de comercialização, cerca de 550 empresas do Paraná estavam elegíveis para adesão ao modelo.

Na avaliação da CCEE, devido ao modelo permitir que os clientes decidam de quem compram energia e em quais condições, a competição do setor aumenta o que reflete no barateamento da conta de eletricidade no final do mês.

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Este tipo de fornecimento funciona de maneira similar à modalidade pré-paga da telefonia, na qual o cliente delimita previamente quanto investirá para poder fazer ligações ou utilizar a internet.

A diferença é que em vez de pagar antecipadamente, o cliente do mercado livre paga após consumir a energia, assim como ocorre hoje no modelo tradicional, chamado de mercado regulado, que segue determinações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

De acordo com Ricardo Gedra, gerente da área de informações ao mercado da CCEE, o principal atrativo deste modelo de negócio é a liberdade que ele propicia aos clientes que se encaixam nas regras atuais de contratação.

Expansão para todos os públicos

Desde que a legislação autorizou este tipo de mercado no país, há movimentação de lideranças do setor para que o modelo cresça cada vez mais e seja aberto, inclusive, para todos os públicos.

Um exemplo é o projeto de lei 1917/2015, que tramita no Congresso Nacional com a proposta de criar portabilidade da conta luz, permitindo a adesão ao mercado livre por qualquer pessoa.

Para o gerente de informações de mercado da CCEE, o modelo de comercialização tem grande expectativa para que, em um futuro não muito distante, todas as pessoas tenham liberdade de escolha para aderir ou não ao modelo de contratação.

Apesar de estar operando no Brasil desde 1995, foi só em 1998 que ocorreu a primeira venda pelo mercado livre de energia, segundo a Abraceel, devido à necessidade de estruturação inicial do setor.

Como migrar

As empresas que desejam realizar a migração para o mercado livre precisam se encaixar em critérios específicos, entre eles, ter unidades consumidoras que, sozinhas ou em comunhão, alcancem carga acima de 500 kW, o que representa uma conta de energia mensal de cerca de R$ 110 mil.

Costumam se encaixar neste modelo, normalmente, indústrias, shoppings, médios e grandes supermercados, além de redes do varejo.

Cumprindo os requisitos, elas precisam fazer uma espécie de associação à CCEE, que além de fiscalizar a transição de um mercado para o outro, presta auxílio inicial aos interessados no processo.